PARTIDA

Noite triste,

Dia triste,

De repente, tudo mudou.

Foi tudo tão sem sentido,

Ilógico talvez,

Fugaz eu sei.

Você nem me disse adeus

Sem nenhuma palavra

Apenas se foi.

Porque partir tão cedo?

Bradei no silêncio da minha dor.

Tínhamos tanto o que dizer,

O que fazer e o que viver.

Agora tudo é vazio.

Você se foi ,

Terno e sereno partiste

Assim como veio e viveu

Relembro hoje a aurora da minha infância

E vejo-te em cada lampejo de memória

Relembro os momentos ao teu lado.

Nem sempre o pai foi pai apenas

Resumo-te como o farol

Do meu porto seguro,

Onde por vezes incontáveis ancorei minha vida.

Refúgio das horas de intempéries

Baluarte que me conduzia

Apontando-me os caminhos que devia trilhar.

Homem que fez o destino dos seus

Se confundir com o seu próprio destino.

Pai, quão sublime era para mim, chamar-te assim.

Agora ainda mais sublime o é,

Porém arraigado a esse chamado

Estar à dor algoz

Que me impõe sentir

A tua presença na ausência da tua presença.

Sei que será difícil a caminhada sem ti,

Pois a criança que vive em mim

Sentirá o desejo dos teus afagos.

Do teu cheiro...

A mulher que hoje sou

Cede aos apelos de um coração

Que está mergulhado numa tristeza profunda.

Sei que o inverno sombrio que hoje se abateu sobre mim

Abrirá espaço um dia para uma primavera terna

Que trará em sua brisa teu cheiro.

E nesse momento, exatamente nesse momento,

Sentirei mais forte a tua presença

E uma vez mais chamarei

Meu Pai!!!

Pai, estou aqui para garantir que vivas

Para sempre!!!

De sua filha, Gilda

PARA MEU PAI: MANOEL FELIPE DA SILVA - NELSON (DE SALGUEIRO/PE)

01/06/2013

Maria Gildha da Silva
Enviado por Maria Gildha da Silva em 28/06/2013
Código do texto: T4362391
Classificação de conteúdo: seguro