De Pai para Filho
Longe do mundo
Da multitude das gentes
Volto a mim
Para que melhor possa vir
A refletir
O que foi
E o que será
O espelho de nossas vidas.
Vidas entrelaçadas
Ora afastadas.
No recanto da noite
No apagar das luzes
Vejo a mim
Rendido em vista de decifrar
Os anos que se passaram
E os que ainda passarão.
Quem sabe quantos anos ainda teremos
Para falarmos sobre assunto verdadeiro
Tão incerto que é o futuro
Quanto o agora foi para o ontem.
Aproveito ele,
tomo carona na fugacidade da vida
Para valorizar, valorar, fazer valer novamente
O que foi, o que é ser filho em relação ao pai que tu és.
E vejo brotar justo do teu mar de sinceridade
O teu inevitável amor paterno.
Abrupto que surge
das profundezas de vosso ser
Ora velado
Mas revelado
Em cada momento
Que a vida toma emprestado
Tuas ações
Para me mostrar
O velho pai que és.
Não tardará
E este espelho
Irá se refletir
Na geração vindoura
Que por ora quer mesmo é jogar bola.
Mas que, com certeza,
Dará continuidade
A esse elo de ligação
Tão bonito.
De pai para filho.