Teu Colo

De quem é esse colo confiante, que me acolhia com tanta ternura,

Como se criaram os vínculos, que formaram esse colo, agora ausente,

O que fiz para perder o aconchego, desse recanto encantado,

Quanto de mim terá ficado nesse colo, que prometeu ser eterno ?

Colos já tive, como embalo, nas noites de choro sem fim,

Em momentos de justificável angústia e fragilidade.

Mas a ausência precoce do colo materno, me trouxe perdas e danos.

Depois de tanto tempo, como lembrar da suavidade de teu colo ?

Pela noite adentro em meus sonhos, ainda é no teu colo que viajo,

É ele que me farta de acalanto, que me mostra o Nirvana.

E o despertar, sempre traz de retorno medos, receios e dúvidas,

Mas ao fim do dia, esperanças são renovadas, porque sei que nos sonhos, teu colo me espera.

Lembro bem desse colo, embora dele, pouco tenha restado ,

Mas, quando a dúvida me desespera,sei que está próximo o reencontro,

Sei o quanto esse colo é fiel, e há de esperar, mesmo que adiado,

Pois esse reencontro profetizado, embora tarde, nunca deixará de existir...

Rog.