Meu pai

Quando eu era criança

Ele era o meu herói

Eu nada sabia da vida,

Era meu porto seguro, minha força, minha luz

Eu precisava do meu pai

Já na adolescência, quase chegando à juventude

Era meu vilão, meu inimigo, quadra dão

Jamais quis vê-lo com a turma

Queria distancia, eu já sabia tudo da vida

Não queria meu pai

Eu era o herói de mim mesmo

Quando me tornei adulto

Virou meu amigo

Foi ai que comecei a dar conta dos meus erros

Das besteiras que cometi

Conversando, dialogando como velhos amigos

Passei a entender o sentido da vida

Quando me dei conta

Você não estava não era mais meu herói

Meu vilão, meu amigo

Ficou na lembrança, virou solidão

Ah meu pai que saudade

Da imagem forte

Que quando andava pela casa

Rangia o assoalho

Da rotina imposta, rígida e sistemática

Quanto temor estabelecia

Quando perdíamos as coisas brincando

O martelo, as chaves de fendas,

Hoje meu pai é uma lenda

Que não morreu, seguiu na frente

Foi desvendar mais segredos da vida

Foi abrir as portas e alcançar um lugar pra gente

Bem mais seguro

E com certeza o mais brilhante do céu.

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 13/08/2016
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