A SOMBRA DE UM PAI

Deixo lhe, meu filho,

o amor que nunca sentiste por mim.

Um violão de cordas gastas

pelas melodias que tentei lhe ensinar.

Um caminho aberto sem empecilhos,

para que possas seguir seus próprios trilhos.

Reconheço minha imperfeição

como o ser humano que sou.

Bem sei que não fui totalmente,

tudo aquilo que querias que eu fosse,

mas, se lhe faltei em alguma coisa,

foi tentando lhe ser útil e agradável.

Não tenho como lhe prender ao meu lado.

Não posso lhe exigir que me tenhas amor.

Sei que os dias irão se passar

pois o tempo nunca para.

E quando mais tarde também eu passar,

nada mais haverá de ficar

senão minha sombra a lhe abrigar.

Nova Serrana (MG), 02 de junho de 2011.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 01/02/2017
Código do texto: T5899870
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