Herança

Tropecei no meu baú de ossos

relicário, cápsula do tempo...

O vento às vezes trás uma brisa

a vida às vezes volta ressurgida

Canta em mim um passarim passado...

Sou cantor no DNA decodificado

sou moda de viola renascida

sou rock pós fado emepebezeado

cantando as cinzas dos ossos reerguidos

em meu esqueleto armado

Fraseando o sentimento perdido

encontro causa para porque canto

Harmonizando a melodia da saudade do que não tive

componho homenagem pela dádiva

que o passado me presenteia

Na teia dos laços de família

no meio da nuvem de cinzas, da urna que se quebrou

o pó que me cobre, me cobra:

nobre arte, nobre artista!

Ele era assim, eu sou assim:

uma preguiça de dia

e a alma boêmia que incendeia

quando é noitinha

Cassio Poeta Veloz

NOTA: para o parceiro Cliver Honorato, sobre sua relação artística com seu avô.

Cassio Poeta Veloz
Enviado por Cassio Poeta Veloz em 24/07/2017
Reeditado em 14/09/2023
Código do texto: T6063382
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