O que há, minha criança?
Minha criança,
O que há, minha criança?
Meu pedacinho do paraíso,
O que há, qual é o aflito?
É o dia?
O seu despertar, a volta da vida?
É a noite?
O seu sono, a sua despedida?
Ou é o entardecer?
Será que é o entardecer?
O sol saindo do seu apogeu,
Enfraquecendo-se, até desaparecer?
Ou pode ser simplesmente alguém?
Se for, diga-me quem.
Porque esse mundo é muito grande,
Sim, cheio de ninguém.
Minha criança,
Não decifro lábios selados.
Não deixe que essa linda infância
Acabe pela maldade das pessoas ao seu lado.
Meu tesouro,
Meu mais brilhante diamante.
Meu diamante mais lustroso,
Não se rebele a correr para tão distante.
Não decifro lábios selados,
Não sou esse ser poderoso.
Mas posso ver em seus olhos aguados
Gritando à procura de algum conforto.
Diga-me, meu amor...
Não tenha pressa, por favor...
Minha razão é o seu sorriso,
Por isso farei o que for, que fique de aviso.