Carvalho, madeira de lei

E assim, um a um se foram

Batendo asas, como aves de arribação

Procurando um novo abril

E a velha árvore ficou

Com seus galhos toscos e foscos

E ali no meio encilhado

Um ninho em forma de coração

Que acalantou tantos choros,

Enxugou tantos prantos;

Também ouviu muitos cantos,

Canções de ninar, encantos

E muitas vezes tentou ser a voz da verdade,

Quase nunca ouvida,

O concílio para unir a vida

Um nó em forma de amor

E quando o frio do inverno chegava

Seus galhos transformavam-se em mantos e aquecia-os

E hoje já velho, o frondoso que fora, se foi

E ninguém mais enxerga, nem nota o velho carvalho

Quem sabe um dia, no futuro, ao construir novos ninhos

Os que se foram se transformem em carvalho também!

Miro Homemnegro
Enviado por Miro Homemnegro em 23/01/2021
Reeditado em 05/11/2022
Código do texto: T7166728
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