OS SONHOS DA GENTE

Quando somos jovens.

A vida se resume a descobertas, desafios.

Inconsequências, até.

Não há preocupações com o tempo ou seus efeitos.

Sonhar não custa nada.

Cometer tolices em nomes de sensações vazias também não.

Afinal, o tempo não existe, é infinito.

O relógio parece não andar.

Há espaço e lugar para tudo, especialmente ao desperdício.

Desperdício com ranços estúpidos, rancores sem quaisquer motivos sólidos.

E a vida passando.

E vamos deixando para trás pessoas e situações.

Amigos, casamentos, convivências com os filhos.

Vivências irrecuperáveis que as escolhas nos fizeram perder.

Na maturidade, as lembranças.

Todos os dias martelando a mente.

A cada novo relacionamento afetivo.

A cada novo amor, por mais feliz que nos faça.

Ainda faltará aquele pedaço de nós.

Aquelas fatias do coração que ao longe seguem seus caminhos.

Estou às portas da velhice.

E datas como hoje sempre me fizeram chorar.

Mais do que em outros dias.

Quando mais sensível à saudade imensa que sinto deles.

Misturada ao orgulho dos filhos que tenho.

Escrevo inspirado nos espíritos que me acompanham e assistem.

Não acalento muitos sonhos.

Quero envelhecer tranquilo.

Vê-los progredir e serem felizes.

Todos ao seu modo, não importa onde, quando, nem com quem.

Os quero felizes.

De vez em quando. Quando puderem.

Reunir todos os quatro.

Como na foto ao fundo.

São os sonhos da gente.

É o meu sonho.

31.12.2020.

Para Carolina, Larissa, Sofia e Marco Aurelio.

Mark Rebew
Enviado por Mark Rebew em 15/07/2021
Código do texto: T7300339
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.