No cemitério

“ NO CEMITÉRIO”

Fui poucas vezes e nem lembro

Porém quando não conversei mais com ele

Voltei e voltei

Dia 15 estou lá, sem falta

É engraçado como criamos novas realidades

E pior ainda, como nos acostumamos à elas

Barulho da cidade não chega nas árvores

Trinado dos pássaros fica vívido

Vento torna-se perceptível

E aí as lembranças afloram

Sol não esquenta meu casaco

E por mais seco que o clima e os olhos sejam

Eu choro

Não fico triste, longe disso

Trabalho, trago vidas ao mundo

Vejo tudo se renovando

E me incluo nesse processo

Rola e me embola

Namora, JB

Mistura todos os seus sentimentos

E peça um maior número de horas

Minhas coisas parecem não bastar

Aumentam exponencialmente

E me envolvo tanto

Que preciso ir ao cemitério

Para trocar de ares

Escutar meus mistérios e chamados

Ser instinto puro

Buscar aqueles que amo

E vê-los brincando como eu: - de viver !

Obs: tempo seco, próximo de agosto, muitos ventos

JB Alencastro

JB Alencastro
Enviado por JB Alencastro em 17/01/2008
Código do texto: T821041
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