No cemitério
“ NO CEMITÉRIO”
Fui poucas vezes e nem lembro
Porém quando não conversei mais com ele
Voltei e voltei
Dia 15 estou lá, sem falta
É engraçado como criamos novas realidades
E pior ainda, como nos acostumamos à elas
Barulho da cidade não chega nas árvores
Trinado dos pássaros fica vívido
Vento torna-se perceptível
E aí as lembranças afloram
Sol não esquenta meu casaco
E por mais seco que o clima e os olhos sejam
Eu choro
Não fico triste, longe disso
Trabalho, trago vidas ao mundo
Vejo tudo se renovando
E me incluo nesse processo
Rola e me embola
Namora, JB
Mistura todos os seus sentimentos
E peça um maior número de horas
Minhas coisas parecem não bastar
Aumentam exponencialmente
E me envolvo tanto
Que preciso ir ao cemitério
Para trocar de ares
Escutar meus mistérios e chamados
Ser instinto puro
Buscar aqueles que amo
E vê-los brincando como eu: - de viver !
Obs: tempo seco, próximo de agosto, muitos ventos
JB Alencastro