No calor do desafio....... (trechos de uma brincadeira entre amigos de infância)

Se vem falar de charrete // se aquiete, meu poeta // foi mesmo num desafio // que um velhinho pé-frio // relembrou-se dos amores.// Desceu a Paes Leme e subiu // cantou entre os cantores // depois de tantos horrores // calou-se sem dar um pio. ===================================/////

NO CALOR DE UM DESAFIO (Brincadeira entre amigos de infância) ////// ---- "VOU ME EMBORA PRA BAHIA,

PORQUE LÁ TEREI O COCO QUE EU QUERO,

NA PRAIA QUE ESCOLHEREI..."

Marco Bastos escreveu:

vem prá Bahia, oh! coisa linda!

vem prá Bahia, meu rei.

se gosta de praia...Guarajuba

é a praia que indicarei.

é virgem, melhor que a Pituba;

ecologia?!!... fico tranqüilo também.

- virgem é a praia, virgem será ainda;

- você já deflorou uma praia ou alguém?...

se escrevi ali "oh! coisa linda"

sinto muito, de lindo não lhe chamei.

nem sei se falaram assim de Olinda;

da Bahia sim - ela é linda e falei.

e por falar de lindo e bonito

prá você não se arrombar,

digo logo o que já sei:

aqui - bolinhas só faz o cabrito.

e coco aqui - é cocô de rei...

se vier Zu na corda bamba,

que se apresse, se apresente.

vem com alegria prá esse samba;

zuar, Zu, - é no zumzum que se sente.

Wilton escreveu:

Mangueira mole ajuda tanto,

que bem tratada se ativa

no troca-troca da coisa viva,

gera o mais belo acalanto...

Baiano bravo talvez trabalhe

e faça versos pra caramba,

meta a Zu na corda bamba,

inda que um pouco se atrapalhe.

Hoje a tarde em Araçatuba,

vislumbrei da Zu a janela,

pensei me deleitar co`a beleza dela,

mas me mandei pra Maramduba.

Em Araraquara, pensei em Ribeirão,

busquei Alcila nos horizontes,

só tinha chuva e aos montes,

de Campinas tomei rumo no estradão...

Qual mangueira mole aqui cheguei,

cansado, de tanta chuva e calor,

mas, quando liguei o computador,

descobri que sou o amigo do Rei.

Vou me embora pra Bahia,

porque lá terei o coco que eu quero,

na praia que escolheirei...

Marco Bastos escreveu:

Eita que ficou bravo!

Vixee que cara irado!

se falou de mel, não tem favo,

se falou de mim é safado.

Agora mesmo lhe falo,

que bem merece o pentelho:

Se disse "eu sou cavalo",

então se olhava no espelho.

E veja quanta mentira

não fala um cara na ira.

Regava! até gritava a mais muda:

- essa mangueira mole não ajuda!

Wilton escreveu:

A DAMA RESPONDEU

TODA CHEIA DE FRICOTE

QUE UM POETA A DEFENDEU

QUAL CAVALO NO PINOTE.

SOLTANDO PUM PRO CÉU,

COMO FOGO DE ARTIFÍCIO

MEUS VERSOS SÃO DE MEL

E OS SEUS DO SACRIFÍCIO.

POIS, NÃO PASSAS DE UM ESCUDO,

PROTETOR DE POPOZUDAS,

ÉS FLORES,SURDO E MUDO

ENQUANTO EU REGO AS MUDAS...

Alcila escreveu:

Assunto: Res: Re: RES: NO PASSEIO DE CHARRETE .

nunca mais vou cutucar ninguém com vara curta - ah,ah,

nunca ouvi tanto "pum" - mas gostei porque você me defendeu do Wilton (com pum também) - pelo menos estamos nos comunicando e isso é muito bom

beijos mil- sylla

Marco Bastos escreveu:

Assunto: Re: RES: NO PASSEIO DE CHARRETE . Re: Res: seu entorno `casaca de nóis

Agora você complicou,

e ficou mesmo complicado.

Alcila sabia de tudo

e nem mesmo vacilou.

de Lins, recém chegado,

ela deu, você ganhou,

- só beliscão e cascudo.

Você é muito posudo,

eu ouvi quando ela disse:

você vem afim de mim,

porque é muito descarado.

pega o trem, volta prá Lins,

que eu já tenho namorado.

- você é louco ou é sandice?

Muito mais ela falou,

mas o que ouvi foi só isso.

o cavalo se assustou

e capotou a charrete

quando viu a Dona Ivete.

Eu não sei se ficou nisso,

mas que você viajou, viajou.

Wilton escreveu:

Com peidos a granel,

é a charreta sob o céu

de cavalo pedorreiro,

no comando o charreteiro

e estudante de chapéu.

Chegando eu de Lins

de Ribeirão ou de Campinas,

co' os mesmos olores AFINS,

SÓ PENSAVA NAS MENINAS...

ALCILA ENTRE ELAS

era a prima dona do espetáculo,

pois , dentre todas as janelas,

a dela era o tabernáculo...

Tantas rezas e promessas,

nem sempre cumpridas,

ramonescas e avessas,

nas mãos espremidas,

enfim... eram dessas!

Marco Bastos escreveu:

Ass: PASSEIO DE CHARRETE

NO PASSEIO DE CHARRETE . Re- seu entorno casaca e nóis.

De um passeio de charrete,

sou tiete sim senhor.

peidava tanto o cavalo,

o charreteiro

e o doutor.

O cliente dizia é o cavalo,

o charreteiro,

não sou eu não senhor,

se é para peidar desse jeito

- sai da charrete por favor.

E assim, abaixo e rua acima,

iam os três a empestear.

Quando passou Nina gostosa,

caprichou bem o cavalo,

soltou um pum de assoviar.

O charreteiro: não fui eu, moça de bem,

disso, eu fico envergonhado.

Se não foi esse doutor,

foi na charrete do lado,

um na folha de ficus,

que assobia alto e muito bem.

Marco Bastos.

Alcila escreveu:

caramba tchê... tu estás te superando - só a rima do cavalo é que não pegou legal - beijos -

Wilton escreveu:

Assunto: seu entorno `casaca de nóis

Às vezes retorno à estação,

vendo Maria Fumaça chegando,

gente nova cheia de esperanças,

as charretes se aproximando,

carregadores de malas e cavalos peidando,

quantas lembranças!...

Nestas vezes bate o coração,

lá no fundo uma saudade teimosa

querendo Juarez e Zé Bosta pedindo,

Dona Fernanda,tão meiga, sorrindo

e a Elisete Nina, tão gostosa...

Batia "outra coisa" com paixão.

Faço caminhadas pela Paes Leme,

retornando de uma Igreja à outra,

deixando a respiração à solta

passando pela praça central,

onde sento e acendo um cigarro,

recordando , ah! Sinamene! Fenomenal!

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