AMOR esse objeto descartável

Amor esse objeto descartável

Fico cansado de estar entre tuas pernas,

Enquanto roças, dobras, cruzas

Eu vou ficando cada vez mais quente

Danças, sentes, me espremes,

Em teus voluptosos sonhos

Eu sou o expurgo de tua luxúria!

Mas fico pensando no silêncio,

Que espero lentamente!

Nem que seja o resto do teu gozo

Escorrendo em meu corpo

Sabendo que não terá nenhuma semente!

Eu me calo em silêncio

E recebo teu delírio do que pudera

Ser muito, muito prazer!

Sinto-te toda em mim!

Delicadamente, avidamente, surpreendente

Invadindo meu corpo, minhas entranhas

Com tua substância

Sentas-te em meu corpo

Me acaricias com teus lábios quentes

Ávidos de tudo me entregar

Quando dormes e tuas pernas me entrelaçam

Me espremes todo e juntos neste corpo a corpo

Sinto mais quente teu gozo!

Seiva de vida que desperdiças!

Às vezes bate uma depressão

Tenho vontade de me livrar desta prisão

Do teu amor, que quanto mais me preenche

Mas fraco fico e me sinto cheio de dor

Saber que esta noite pode não Ter mais fim

Mas logo pela manhã, você levanta vacilante

Eu cheio de medo de ouvir tua sentença

Pode ser fatal, fruto de não querença

Espero assustado e em silêncio

Qual será o resultado?

Serei amante apenas por um instante?

Me agarro ao resto de nosso encontro

E já vestido por ti me sinto pronto

Você decidida e um pouco indiferente

Me joga fora, me deixa no lixo

Eu sinto-me embrulhado em qualquer papel

Você me abandonou me deixou só seu fel

Fui jogado fora, simplesmente descartado

Como se depois de uma noite de sexo, eu fosse o tarado

Que já virei passado, velho, sujo e fedorento

Mas fui seu absorvente!

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