AMOR DIVIDIDO

Poupe-me da incerteza

Que me tira a clareza

Poupe meu olho

Que cansado da lágrima

Pede um tempo ao coração

Este lhe diz que não

Ele já cansado de bater

E também bate sempre em vão

Pois não consegue esquecer

Aquela sua maior emoção

Vão ao mestre cerebral

Pedem um tempo, e tentam

Justificam o tal sofrimento

O sábio disse, um momento

Será que não se lembram

Que a dor que têm, afinal

Lhes ordenei, por não suportar

E por isso mesmo, pra não chorar

Não me doer, dividi com vocês

Não fosse o amor tão complexo

Eu mesmo haveria de entender

Mas já cansei até de pensar

Melhor que fique assim, dividido

E os três a sofrer e lamentar

Que assim têm, pelo menos

Um ao outro, a que consolar

Ricardo R
Enviado por Ricardo R em 23/12/2008
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