AH...SE EU SOUBESSE !

Verdade mesmo, minha gente,

Ficaria até contente,

Se pudesse compreender,

Por que, tão de repente

Tiririca cresce, cresce...

E por mais que a gente pode,

Ela nunca esmorece...

Não entendo, como pode ?

E o bem dotado irmão,

Com a pele mais escura...

Será uma compensação ?

É verdade, ou loucura ?

E o pobre japonês,

Que é tão inteligente,

Com aquela pequenez,

Não encabula a gente ?

Não me refiro à tez,

Quem reflete, me entende.

E os seus olhos puxados,

Se não estou enganado,

Enxergam muito mais

Do que os arregalados,

Isso não é demais ?

Outra coisa, não entendo,

Vou pesquisando, vou lendo :

O cara é gênio na Terra,

Muito cedo, a vida encerra,

Desilusões amorosas,

Nos vícios ele se enterra,

Com tantas obras famosas,

Seu viver é sofrimento,

Não entendo, mas lamento !

E o que é muito abastado

Que não sabe aproveitar,

Nem mesmo a vida levar,

Não passa de um coitado.

Em guardar, é viciado,

Mas o que tem, vai deixar.

Quem sabe o que pretende ?

Isso ninguém entende !

Eu queria muito saber,

Por que alguns usam bigode,

Outros tem barba de bode,

Eu só queria... entender !

Seria muito bom,

Sem muita interrogação,

Saber que existem os " esses "

Por exemplo, em " expressão ".

Por que então, C com cedilha ?

Seria uma maravilha

Se tudo fosse com " esse ",

Muito menos confusão !

Qual seria o motivo ?

Digo, enquanto eu vivo :

Ah...se eu soubesse !

Auro.