COISAS QUE NÃO SE ENTENDEM

Por Rosa Regis

Natal/RN - 03/02/1999.

Mistura de Deus com o Diabo

Pão-de-milho com quiabo

No suru põe-se um rabo

E mistura Forró com Fado.

São coisas que não se entendem

Mas se fizer, tudo vende.

Suporte de isopor

Máquinas que provocam dor

Imitação de cocô...

Objetos sem valor.

São coisas que não se entendem,

Mas se fizer, tudo vende.

Depósito p’ra carrapato

Espremedor de sapato

Branqueador de mulato

E churrasquinho de gato.

São coisas que não se entendem,

Mas se fizer, tudo vende.

Esses filmes de terror

Que causam grande pavor

Pois capricham no horror

Causando, as vezes, até dor.

São coisas que não se entendem,

Mas se fizer, tudo vende.

Roupas de meia-estação

Feitas de lã de algodão,

Expostas em pleno verão

A um tremendo calorão.

São coisas que não se entende,

Mas se expuser... tudo vende.

Malissa... Capim-canela,

Pingos e cotos de vela,

Fórmulas p’ra se “fazer bela”

E insuflador de querelas.

São coisas que não se entende,

Mas se expuser... tudo vende.

Natal/RN - 03/02/1999.

Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 15/05/2006
Código do texto: T156626
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