Glup! =P
Uma festa. Uma jovem
desenvolta e bonita
por que então não dizer
uma jovem muito linda?
Para não pecar por falta:
uma jovem magnífica!
Diria ainda que ali
beleza igual não se viu,
o próprio Deus em pessoa,
sorrindo, lhe esculpiu,
pois a perfeição dos anjos
no corpo e alma lhe saiu.
Eu, um tímido e feio jovem,
em pé sem encontrar assento
entupia minha boca
de brigadeiro e pensamento,
pensando porém só nela
pois nela eu estava atento.
Ela roubava de todos
toda e qualquer atenção.
Ela que dominava
minh’alma meu coração,
sim! Ela que era
da festa mor sensação.
As outras pobres coitadas!
Que outras? Não! Não existia.
Seu brilho ali ofuscava
só sua beleza se via.
O jeito do seu andar,
o jeito que se movia
deixava clara sua origem
baiana. Deus que Bahia!!
Então me veio uma idéia,
A idéia me perseguia,
de ir lá falar com ela
– a minha perna tremia-
Eu corria ela me agarrava,
outra vez eu escapulia,
pois maior que a idéia
era o medo que havia.
Nessa luta doida, insana,
me perdi na atenção
e não percebi que a jovem
vinha em minha direção,
quando dei por mim meu Deus!
Ai explode coração!
Peguei os três pastéis
que em minha mão continha
enfiei goela abaixo
junto com uma coxinha
esses me encheram a boca
dos lábios à campainha.
Tremia mais que vara verde,
suava mais que cuscuzeiro,
da espinha à cabeça
eu me arrepiava inteiro
parecia ser aquele
meu minuto derradeiro.
O copo de refrigerante
no chão já se derramava,
Ela sensualmente
em minha direção andava,
sua imagem hora acalmava
hora outra perturbava.
Ela ali na minha frente
e eu : Meu Deus é agora
Ela veio dizer que me ama
que o amor em seu peito aflora
que então desde que me viu
sonha em ser minha senhora.
Seu rosto ela colocou
bem coladinho ao meu,
Pude sentir o roçar,
do meu, no rosto seu,
Nisso ela me falou
com doce voz de camafeu:
(eu já dando então
a conquista como certa
ouvi-a dizer assim
com a boca meio encoberta)
Amigo! Olha... Disfarça...
sua braguilha está aberta!
(esse poema foi inspirado numa história contada por Luiz Augusto Freire da Silva)