Cianureto

Dai-me ó mulher, este cianureto!

Dai-mo que esta vil vida não me importa!

Olhai no espelho esta figura morta

Da qual me restará só o esqueleto.

O espírito: entreguemo-lo ao capeta

Pra uma festa de dor... e que me importa?

A agonia já bate à minha porta:

Apanha o meu chapéu e a capa preta!

Cremai-me as pobres tripas sem defesa

E o resto da carcaça... que me importa!

Fazei com meus pedaços uma torta

E sirva alegremente à sobremesa!

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 01/06/2006
Código do texto: T167082
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