SONETO DA INFIDELIDADE

Tu trazes um pavor, muito tormento!

Vesga, cheia de pelo, o meu espanto.

Te ver me tira a fome, enfim, nem janto

e quando estás na sala eu não me sento.

Não queiras lá na praça um cumprimento!

Até que sou bonzinho, mas não santo.

Pra rua, só te levo sob um manto

porque pode causar constrangimento.

Não há neste mundão alguém que ature!

E nessa turma enquadro-me, inclusive.

Pior é me deitar na mesma cama...

Não queiras contratar um detetive,

eu mesmo vou falar: - tenho outra dama!

Feiura terminal não há quem cure...