Sem fazê cerimônia.

véio é ansim desse jeito

nem precisa dizê qui é gagá.

si blabla vem a tossi nu peito,

e mija si tossi, precisa babá.

di ocê eu muito admiro

ficá tão valente nas fralda

sisquece no bolso o coliro

dá pum e no riso se isbalda.

por isso peço ao amigo

que não se vá esfalfá.

no inverno procura o abrigo

no verão não vá se escaldá.

eu fico triste contigo

amigo, sua vida é tão dura!

se beija é mais que castigo

se ela engoli a dentadura.

por isso não desanime

escreveu um poema tão belo.

escrever nunca foi crime

nem vai precisá o parabelo

agora paro e vou no mercado

comprar camisinha prá mim

se quiser lhe trago um bocado

- seu corega já tá no fim.

cerimônia não faça comigo

- sempre u´a mão lava a outra

não sinto dor no umbigo

e vou é no lombo da potra.

(Dedicada ao Wilton Viana, em um desafio com o amigo de infância)