A fada que sangra
A mão da fada esbanja-me o poente
e nessa raiva fervem-me os sentidos
Olhando eu a sentia acalentar-me
como faminto que rouba minha cruz
ou distância que apaga meu presente
ou doridas papoulas afagando
a suave ternura da mentira
As sereias dentando minha alma
contavam dum ulisses mandanante
e duma velha moça marilin
Ela um quixote à busca de grandezas
Ele uma rosa à cata de mais dólares
E nisto se esbangeia a história de hoje
- ser quixote ou ser bunda trapalhona
O poente lá está na mão de fada
salitra intimidades que são minhas
Meus olhos babujantes pensam jaulas
e nelas meu futuro jaz ‘scondido
pois há sempre um messias que atrapalha
a devoção errônea dos fantasmas
O meu futuro a fada o ‘stá sangrando