Pleno

Pleno

Ando com a impáfia daqueles que surgem diante de si mesmos como mera figuras de um retrato borrado

tenho em mim as coragens do mundo e nada em minha mão é tão belo assim

serei só, como as begônias expostas a olhares curiosos e fatigados, pois nada querem e nada sabem

por que espiam tanto a alma dos outros e se esquecem de se olharem pelo viés do impublicável?

som tão podres e campos de flores ao mesmo tempo.

a hipocrisia é o adubo da modernidade

se chocam por que? há motivos?

o varredor de ruas vê minha sujeira e dela se sustenta e eu morro, afogado na fala possibilidade de olhar pra frente sem ter os olhos malditos que julgam a me fitarem, como assassinos.

... e a vida segue sem depender de mim.

apodreço na mesma medida que me banho nas futilidades da sua boca.

mesmo assim vou acordar amanhã e depois e depois

pra poder te dizer

que sou hoje o que jamais serei amanhã

sou o medo do ter

sou o ver do sentir

sou o silêncio do tato

sou assim. Eu em mim.

Valdson Tolentino Filho
Enviado por Valdson Tolentino Filho em 29/12/2009
Código do texto: T2001851
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