Suor de Alegria

Terra tombada e gradeada

Sulcos em níveis feitos

Calcário à tirar a acidez

Adubação mês a mês

Cortada em pedaços e no sulco colocada

Os cêpos enterrados por maquinaria

Cobertos de uniforme maneira

Aguarda a geminação rotineira

A chuva rega a plantação

Brotos nascem em profusão

Folhas tenras balançam ao vento

Plantas céleres no crescimento

Na época aprazada

Máquinas prontas para a ceifada

Palhas tiradas, hastes sapecadas

Pronto o corte, são transportadas

A moenda já à esperar

Os caules retilíneos a esmagar

Motores ligados , correias se ajustam

Engrenagens dolentes pulsam

O que entra de um lado

Do outro sai separado

De um lado sai o bagaço

Do outro garapa e melaço

Colocados à azedar

Pouco tempo a esperar

Sobe na retorta que esquenta

Serpenteia e no fundo se assenta

O líquido incolor

Cheiro característico

O suor do sacrifício

Está pronta aquela que tem nomes vários

Da branca, da amarela

Saboreada por espertos e otários

É a que realiza sonho e fantasia

Tomada quente ou fria

Alguns leva à desgraça

A nossa velha e conhecida

Amiga, cachaça.