Regra de tres

Somo com cuidado as parcelas

E noto que lhe devo alguns valores,

Contabilizo todas as mazelas,

E esqueço de juntar todos os amores;

Tiro a prova real e os noves fora,

E o resultado me é desfavorável;

Só me resta fazer, e faço agora,

O cálculo do que foi desagradável;

Do meu relacionamento com você;

Tirando as querelas costumeiras,

Que insisto em somar, nem sei porquê,

E passando tudo isso na peneira,

Não sobra nada pra compor um relicário;

Nada nos sobra, a não ser as poucas sobras,

O que restou de um amor muito precário,

Que por ter sido pouco nem me cobras!

Assim, ficam quitadas nossas contas:

Mazelas, amores, querelas e o que mais for...

São cobranças de cabeças muito tontas,

Que não servem pra explicar o desamor.!

Ao encerrar essa estranha aritmética,

Terminemos nossa história de uma vez,

Pois, sempre me agradou a dialética,

Mas nunca tolerei...regra de três!