Desventuras de uma solteirona

Desventuras de uma solteirona

Namorei um marinheiro

Passava dias e noites no mar

Farta de tanto o esperar

E ele atenção me negar…

Mandei-o noutras ondas navegar

Namorei depois um militar

Só ordem me sabia dar

E nem um beijo, tinha tempo p’ra me ofertar

Cansada de o aturar

Mandei-o p´ra outro lado marchar

Namorei então um doutor

Todas as noites, alguém tinha para operar

Mas carinho que era bom…com esse não me sabia brindar

Fartei-me de tanta ‘desculpa’

Mandei-o outra ‘oscultar’

Desgostosa de tanto o amor procurar

E não conseguir encontrar

Fui ao padre me confessar:

- Padre, quero freira ser e para o convento entrar…

Pois no amor, não consigo mais acreditar

Logo ele se prontificou para me ajudar

Levou-me para o convento para freira me ordenar

Mas ao mostrar-me os aposentos

Logo me começou a agarrar

Pois o malandro do padre

Queria era em mim se esfregar

Decidi então imigrar

Queria nova vida começar

E assim lá fui eu, para os ‘States’ trabalhar

Mas logo que lá ‘poisei’

Só com fufas e gay’s me deparei

E os homens que encontrei

Minha língua não sabiam falar

E só para a cama me queriam levar

Mas de amor…nem queriam ouvir falar

- Que triste sina – pensei

- Não vou mais desesperar

Vou mas é depressa voltar, para o meu rico Portugal

Lá pelo menos tenho homens a valer

Como os saberei entender

Poderei melhor me explicar…

E algum por mim se apaixonar

Quem sabe até venha a casar!

Fátima Rodrigues

Fatima Rodrigues
Enviado por Fatima Rodrigues em 18/08/2006
Código do texto: T219212
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