Coitidiano

Todo dia a trepada é sempre igual:

ela chega e escancara o bucetão,

depois fode que nem um animal

e morde e me dá muito arranhão.

Todo dia ela diz que é para eu trepar,

pois a forma eu tenho que manter,

mas tão larga a buceta dela está

que nem se tem mais gosto de meter.

Todo dia só penso em poder parar,

meio dia fudendo é demais.

Gonorréia eu chego a inventar,

ela não vai na onda e quer mais.

Seis da tarde, quando acabo de chegar,

ela diz logo, “Quero o caralhão”.

Sei que tá muito louca pra trepar,

a buceta tá quente de tesão.

Toda a noite o tesão parece aumentar.

Peço arrego, ela vira um leão.

Não agüento, acho que vou importar

um caralho de aço de Japão.

Rio, 06/12/1973

brincadeira com a música "Cotidiano", do grande poeta Francisco Buarque, apresentada em reuniões na casa de Inês & João, com Paulo Sérgio & Luzia, Jofre & Sandra, Tatau & Elenize, etc.)