o aviso

no meio de uma ribanceira

a bela indiazinha faceira

falava uma grande bobeira:

que era de um homem só

e eu no meu canto calado

ouvia e achava engraçado

a índia falando de lado

a rima soando melhor

macaco nem se interessava

mas a juriti entoava

o que a indiazinha falava

e o verso ficava maior

mulher que só tem um amante

o homem não acha importante

e da formiguinha o elefante

jamais sente pena nem dó

mas a índia não desistia

falava o que ela queria

tão alto qu’eu quase num ouvia

o canto do meu curió

e me levantar foi preciso

mas ela soltou um sorriso

e aí percebi o aviso:

“eu nunca dou ponto sem nó”

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 26/11/2010
Código do texto: T2637588
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