UM MARTINE E UMA CEREJA
Tem dias que quero uma bebedeira,
muito uisque e muita cerveja,
muitos risos com amigos e brincandeira,
um martine e uma cereja.
Saio com o amor da minha vida,
uma geladinha que me almeja
peço um suco para a minha querida,
também um martine e uma cereja.
Quando chega o sábado santo,
já revejo os amigos tão queridos;
no kidush eu como muito e bebo tanto
que até fico com olhares perdidos.
Sentado numa mesa a luz do dia
vem um cão e me fareja
me abana o rabo com alegria,
peço um martine e uma cereja.
Tem dias que quero uma cachaça,
nesta terra curtir um pagode
e falar daquela mulata que passa
ficar fútil e sem pressa é para quem pode,
o homem casado tem uma triste ameaça.
Faço um pedido ao gentil garçon
ele trás tudo numa bandeja,
neste país tem tudo de bom,
por isso, um martine uma cereja.
Sou ébrio que caminha sobriamente
sem tombar pelas ruas e avenidas;
não enrolo a lingua tão frequente,
faço bonito com aquelas bebidas.
Quando eu estava já elevado
pelo efeito da minha cerveja
tudo que eu tinha traçado,
era um martine e uma cereja.
Com os amigos, num bate papo infinito,
uma maluca me rodeia e me enseja
em meio ao nosso papo restrito
pediu um martine e uma cereja.
É um conto e uma história sem fim,
para ir embora é uma peleja,
mas, pensando bem, não é tão ruim assim,
se pedirmos um martine e uma cereja.
(YEHORAM)