UM MARTINE E UMA CEREJA

Tem dias que quero uma bebedeira,

muito uisque e muita cerveja,

muitos risos com amigos e brincandeira,

um martine e uma cereja.

Saio com o amor da minha vida,

uma geladinha que me almeja

peço um suco para a minha querida,

também um martine e uma cereja.

Quando chega o sábado santo,

já revejo os amigos tão queridos;

no kidush eu como muito e bebo tanto

que até fico com olhares perdidos.

Sentado numa mesa a luz do dia

vem um cão e me fareja

me abana o rabo com alegria,

peço um martine e uma cereja.

Tem dias que quero uma cachaça,

nesta terra curtir um pagode

e falar daquela mulata que passa

ficar fútil e sem pressa é para quem pode,

o homem casado tem uma triste ameaça.

Faço um pedido ao gentil garçon

ele trás tudo numa bandeja,

neste país tem tudo de bom,

por isso, um martine uma cereja.

Sou ébrio que caminha sobriamente

sem tombar pelas ruas e avenidas;

não enrolo a lingua tão frequente,

faço bonito com aquelas bebidas.

Quando eu estava já elevado

pelo efeito da minha cerveja

tudo que eu tinha traçado,

era um martine e uma cereja.

Com os amigos, num bate papo infinito,

uma maluca me rodeia e me enseja

em meio ao nosso papo restrito

pediu um martine e uma cereja.

É um conto e uma história sem fim,

para ir embora é uma peleja,

mas, pensando bem, não é tão ruim assim,

se pedirmos um martine e uma cereja.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 03/12/2010
Reeditado em 04/12/2010
Código do texto: T2651340
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