A LUVA


Escreve quem tem caneta,
Algo que fique,
Como o traço de uma BIC,
Mas que a letra seja decente,
Senão não se leva a sério.

Nada haverá de se escrever errado,
Nem pensar no engarranchado,
Nem tudo escrito grudado,
Nem com letra cheia de rabicho,
Que se estica para os lados,

Nem com letra de médico,
Que não se lê nem o título,
E nem letra de terceiro ano,
Aquela redonda demais,

O que também não agradaria,
É letra de criança que aprende
Em caderno de caligrafia.

Também não vai se poder escrever
Em letra que seja de forma,
Que é letra de propaganda,
Para ler até quando se anda...

A letra tem que ser aquela
Que não deixa a menor dúvida,
Mas letra de mão, caneta firme,
Que quem a lê se concentra,
E que lhe pareça um filme,

Que sirva de luva essa letra...
E quem tem atenção que confirme:
A mão tem seis dedos: a caneta
E mais os cinco que a seguram firme.

José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 21/10/2006
Código do texto: T270242
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