UMA DRUPA DE DOIS


Doutô, inté outo dia
Basta mecê percisá
Um criado as suas ordes
Na serra do jatobá.

ZÉ PRAXEDE

Prus armôço tem galinha
Tem quaiada pru jantá
Água xerosa de tanqui
Pra vasmecê si banhá.

I
SABELLE

Leite quente ao pé da vaca
Quando o dia amaincê

ZE PRAXEDE

Café torrado no caco
Di quando in vez pra mecê...

ISABELLE

ZÉ PRAXEDE

Ogordente potiguá
Caso goste de bebê
Capim mimoso verdim
Pru seu cavalo cumê.

ISABELLE

Pra o doutê faz lanche
Mé de abêa cun farinha
Tem da fonte milagrosa
Água fesca na quartinha

ZÉ PRAXEDE

Pra vasmecê si deitá
Uma rede bem arvinha
Leve tombém a muié...
Proque lá só tem a minha.
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Quando ainda muito mocinha na Rádio Nacional de Brasília,
eu tive a honra de gravar com esse genial e que Deus o tenha,
José Praxede, poeta potiguá.

Brasília, 19/04/2011