Perdendo a paciência

Não sei se é destino

este caminho que é meu.

Sou eu que toco este sino,

o responsável sou eu.

Canso-me e descanso

de tanto caminhar.

Mas toco e danço,

não paro de andar.

A vida me provoca.

Fico todo tenso.

Mas como essa paçoca...

Às vezes não venço.

Dá-me um frio no bigode,

não quero me entregar.

Minha paciência explode,

já é hora de parar.

Estou sempre prestando conta,

preciso dar satisfações.

A verdade se confronta,

todos cheios de razões.

Ás vezes entro num reboliço

que nem eu sei.

Não tenho nada com isso,

esta briga já comprei.

Ainda tenho medo

de uma coisa e não pode.

Peço segredo

ao ver uma mulher de bigode.

Quero ficar a toa

sem nada empurrando.

Meu pensamento voa,

fico rindo e chorando.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 26/06/2011
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