paraíso da incerteza

solas de sapato com seus furos de vidas

mares decifrando a geografia no chão

bocas mal amadas e depois ressequidas

chá com goiabada que enganou o cascão

alicerce imundo, mijo de crocodilo

não pesou um quilo o peido do pensador

gavião da mata argumentando com o esquilo

que a beligerância é o medo do opressor

a coruja teme a luz que estava acesa

traga pro cavalo a sua sopa de pão

no mar a baleia parece uma princesa

vi a menininha escorraçando o leão

era o paraíso onde morava a incerteza

e o meu juízo que ficou com o anão

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 30/07/2011
Código do texto: T3128994
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