PENSAMENTOS E IRONIAS DE UM BURRO

Não me levanto cedo!

Não corro apressado

Para o trabalho

Pelo atalho das avenidas

Pejadas de gente

Cansada e Sonolenta

Para ganhar uns tostões

Com que pagar os milhões

De obrigações

De uma vida de faz de conta.

E ainda me chamam burro?

Não sou eu que vivo empilhado nas cidades

Cansado das modernanças

Dos políticos, das finanças

Do ar irrespirável

Ou odiando

O condutor embriagado

Que pela manhã se lembrou

De atropelar a vida de um cão

Da incógnita e atónita dama empertigada

Mal equilibrada nos seus saltos altos de senhora fina

Que desatina enquanto exibe

A sua nova expressão de morta

Na cara torta

Que o cirurgião lhe arranjou

Com desconto.

“O Burro sou Eu?”

“O Burro sou eu?”

Perante o meu enigmático encolher de ombros

Chegou mais perto...

Abriu-se num sorriso

E disse com ar prazenteiro

(Aqui pra nós)

Gozasse eu dos favores

Que têm certos senhores

Até seria engenheiro

Autor foto/Poesia: Josalvespt

http://olhares.aeiou.pt/ironias_de_um_burro_foto4313125.html

Josalvespt
Enviado por Josalvespt em 06/08/2011
Reeditado em 11/08/2011
Código do texto: T3142530
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