POESIA COM O VERNACULAR CEARENSE

POESIA COM O VERNACULAR CEARENSE

De bucho e esperando um rebento, de caldo numa tremenda fossa. A pobre donzela não vê o momento de parir o seu brugelo, minha nossa. Um menino pai d’égua de aloprado, mas forte do que buchada com macaxeira. De choro forte feito bezerro e pano passado, quando faz aquelas coisas, não (fede) e nem cheira.

Cresce ligeiro como um bicho de duas orelhas, come mais que borrego, o brocoió em seca braba. Buchudinho começa a mexer na catrevage das abelhas, chafurdando e provocando chacoca e tirando grude da cabra. Sua mãe se tornou depois do bucho em chacunda. O cenário é uma chapuleta de paredes cheias de chaboques. O brugelo é esperto, gosta de uma catrevage de segunda, bota um boneco, chora feito bezerro desmamado, é um não me toques.

Tá na idade de levar umas chulipas, para ficar cheio de dedos e não ficar cheio de pernas. Começa a pensar em ficar cheio do cacau quando crescer mais um tiquinho. Já está na escola, mas vive cheio de arrodeios. Já quer fazer chispe. O garoto está com o cão nos coros, com mais de mil e com os dentes no varal, deixa a professora com a gota. O moleque está com a macaca, com a priquita queimada só quer ficar no coito para um despiste.

Dar o maior dez, dar um pinote quando a aula termina, e se receber reclamação quer dar uma pilora. Dar uns catiripapos quando alguém lhe repreende, tem vontade de dar uma mata para sacanear com uma vassoura. Esse meninote vai virar uma fuleirage, se a professora não educar a contento, mas parece um frango de granja do que um estudante de cilora.

Todos dizem que ele é uma figurinha repetida, um fim de rama, com trejeitos de peroba, mas é um fiota. Gosta de uma frescura de rabo para aparecer e ao se exibir demais se sente como um fogo de monturo. Fora de ar e sem ação, acorda e sente que está mais para gigolô de macaca, do que para guajarina idiota. Porém, sai da igrejinha, pensa alto e resolve acabar com a imbuança e se transformar no moço puro.

Marmotoso procura uma maromba marromeno, para ajudar no crescimento, marróia como ele é enxerido. Não quer ser apelidado de mariquinha, pois esse nome manjado quem o chamar leva um tabefe. O pai de mansinho flagra brincando de Maria pretinha, ia meter a chibata, mas sua cara ia ficar meia de bispo, para o metido. Enfim resolve criar vergonha na cara, e não mais meter a colher onde não é chamado, quer ser homem educado, de raspa de tacho se transforme em homem com cara de chefe.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES- FORTALEZA/CEARÁ

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 01/02/2012
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