Texto independente

Escrevi de punho o texto que me veio à mente

Havia coisas tão certas que nada sairia diferente

Escrevi no passado, a cerca de duas horas

Trouxe-o a tona para dar-lhe minha aurora

Não acreditei, pois o texto relutava

Parecia ter vida própria, queria modificar o que eu pensava

Esbravejei, fiz birra e me coloquei a digitar

O texto entortava, dava asas à imaginação

Tinha dificuldades em terminar

Os fatos da minha criação

Pensei, tracei um plano de driblar o texto malandro

Pudera o texto que eu pari me levar as novas conotações?

Como poderia eu dar novas explicações

Para um caso de texto errado

Podendo eu driblar ou ser driblado

Sem maiores hesitações por um texto malvado

Lembrei de consultar o que havia no inconsciente

O que nas entrelinhas queria falar o texto renitente

Cansei de buscar o óbvio, vi que o texto era que nem gente

Tinha opinião própria, gostava de dizer lorotas

Agora era um texto independente

Zé Beto
Enviado por Zé Beto em 22/01/2007
Reeditado em 22/01/2007
Código do texto: T355632
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