Versos de cozinha

De noitinha e eu sozinha

E com tempo pra inventar

Uns versinhos de cozinha

Pra você vou preparar...

Mas não chame de abobrinha

Nem me chame de vulgar

Não me freie, solte a linha

E me deixe divagar...

Logo, logo saberás

Como voo, fico alheia

Ao que, no mundo, voraz

Engole a paz, nos chateia...

Como posso me ausentar

Escondendo-me no tempo

Como posso me tornar

Tão ligeira quanto o vento?

Como posso viajar

Por teu corpo sem limite?

Como posso bagunçar

Teu cabelo, me permite?

"Como pode um peixe vivo

Viver fora da água fria?" ( Canto infantil em brincadeiras de roda, que não saiu da lembrança)

Como posso de improviso

Te dizer o que faria?

Como posso me explicar

Ou deixar que alegoria

Consiga me retratar

Se não caibo na esquadria?

Ai, ai, ai, que mais um dia

Já aponta na janela

Se me perco em fantasia

Culpo só tua tutela.

ANJA PERALTA
Enviado por ANJA PERALTA em 19/04/2012
Reeditado em 19/04/2012
Código do texto: T3621632
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