Aquela Noite

Cheguei mais cedo do trabalho

vi jogado seu tamanco

um monte de velas acesas no canto

preta, vermelha e pétalas por todo o lado

com a pulga atrás da orelha

estava meio cabreiro

subi para o quarto para perguntar

a mulher estava toda de preto

um chicote na mão e dançando

com um charuto na boca

queria me amarrar

pingar vela no meu peito

espartilho daquele jeito

champanhe gelada

e fogosa queria beijar

estava com uma voz esquisita

falando ser a mais bonita

esperando a pomba gira chegar

ela me agarrou me apertou

e começou a dançar

fiquei meio assustado

o olho arregalado

quis do primeiro andar pular

ela começou a gritar comigo

falou que era minha amada

pedi licença para o santo

mesmo com meu espanto

apertei ela no canto

e fui logo te beijar

até passar o efeito

da champanhe satisfeito

vi o dia raiar

acordei todo arranhado

o cabelo arrepiado

o peito esfolado

de tanto te amar

ela com a roupa rasgada

com cara de extasiada

começou a despertar

e falando baixinho

que eu era seu gatinho

e queria recomeçar

sai de casa mais cedo

para no batente pegar

refiz o susto da noite

e para santo fui rezar

que delicia aquela noite

você me impressionou

em seus braços delirei

ali o amor começou.

Edilson Barro Preto
Enviado por Edilson Barro Preto em 14/03/2013
Código do texto: T4187251
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