no salto, no batom e no Glos...

três drinques atrasado

o celular toca.

era aquela voz...

mais importante que tudo

(até) que comprar um vestido novo.

bah, para o começo do apocalipse!

Bahhhh!

só vou atender mais hoje...

(eu juro!)

afinal,

nem fui eu quem matou esse tal de silencio.

e amanhã,

tenho uma péssima memória

... e o celular idem.

depois,

compro uma passagem, e sumo.

(nunca tão perto... que possa atender de chinelos)

o mundo nem vai precisar da ONU.

Deus há de entender!

não atender, hoje em dia, é crime!

... ainda não dá cadeia.

(dá pra acreditar?)

mas... se passar pela mãe

é mortal.

(três tiros)

direitos de uma voz?

(nenhum)

e acaso alguém já imaginou

um humano depois de três drinques...

declarando guerra a um celular?

(aí só cortando relações)

pelo amor de Los Angeles

faço um orçamento de penitência

sozinha no banheiro, com a luz apagada.

retribuo em orações.

no salto, no batom e no Glos.

um lençol, um cobertor, uma Bíblia.

pelo meu ego e o de minha mãe...

vou viver acima de dez centímetros

do abismo de um celular...

mesmo que essa voz... saia aos gritos.

to pronta.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 01/06/2013
Reeditado em 16/06/2013
Código do texto: T4320218
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