Passar roupa é uma arte

Passar roupa é uma arte

Um ofício difícil exige paciência!

Fazer vinco, colarinhos, é uma ciência.

Que do meu cotidiano faz parte

Devido ao meu ofício diário

Social sem requinte é a vestimenta

Dependendo do tecido é uma tormenta

Tal peça é melhor nem sair do armário

Com o tempo fui descobrindo

Que ferro bom tem que ser a vapor

A umidade absorve melhor o calor

Na medida certa o calor é bem vindo

A tábua de passar deve ter largura exata

A altura bem ajustada é fundamental

A roupa parece assistir tudo lá do varal

Calça, camisa, cuecas, lenço e gravata.

Não tenho dia certo para este ritual

No armário as roupas vão se amontoando

E no meu peito minha aflição aumentando

Até o momento fatídico afinal

Gostaria de encontrar nesta tarefa prazer

Mas em casa deste desprazer todos fogem

Para alguns é um pesar como sofrem

Mas é algo que todos temos que fazer

Talvez por isso Deus na criação

Em sua sabedoria não criou a vestimenta

Para o primeiro casal evitou esta tormenta

Pois andavam desnudos Eva e Adão.