= “Sofrência” =

Depois de muita insistência

De gastar muita saliva

E se esmerar nas cantadas

Ele finalmente conseguiu

Levar para um motel

A nova namorada

Ela se dizia moça de família

Pra casar e muito recatada

Em lá chegando

Com as preliminares começando

Um sexto sentido lhe dizia

Que era mancada, uma fria

Quando o vestido dela ele tirou

Que desilusão!

Ela vestia uma calçola

Com estampa de oncinha

Velha, desbotada e furada

Pensou em fugir correndo

Ou fingir que estava morrendo

Fechou os olhos e rezou

Pedindo a Deus

Pra não dar uma broxada

Para contra si mesmo não depor

E acabar com sua fama de pegador

Se benzeu e continuou na empreitada

Quando ela, a calçola despiu

Quase que ele exclama: Puta que pariu!

Uma selva amazônica ele viu

Fazia no mínimo uns dois anos

Desde a última depilada

Por sorte ele vestia

Uma camisa do Brasil

Que tirou, e a cara dela cobriu

Ela urrava feito louca

Se dizendo no céu

Ele torcendo pra acabar logo

Com o programinha meia-boca

Na hora de irem embora

Pra não alongar a história

Pra se vingar do “matagal”

E da calçola de oncinha

A carteira ele disse que esqueceu

Pela sofrência e decepção, – pensou

Essa tonta que pague a conta

= Roberto Coradini {bp} =

15/04//2015