Habeas Corpus de Ventre = Ou Intimidade Devassada.

Primeiro quanto tem de azulejo,

Depois eu conto todos ladrilhos,

O pensamento divaga e eu vejo,

Memorizo, a mulher e os filhos.

Sentado no vaso, e concentrado,

Sinto o pensamento sair a viajar.

Sai, mas volta bem e descansado,

Querendo tudo logo solucionar.

Sentado no vaso, manhã bem cedo,

Parece que a gente saiu do mundo,

De pensar perde aquele bobo medo

Que às vezes vem bem lá do fundo.

Sentado no vaso, eu sei que divago,

Que duas vezes bem me concentro:

Enquanto...bem, “faço o estrago”,

E quando me enxergo por dentro.

Cheguei a boa e certa conclusão,

Que me parece ser mesmo genial:

Não é uma questão de inspiração,

É mais uma coisa vaso-cerebral.

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 13/06/2007
Código do texto: T525486
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