Processo Contra Uma Escritora do Recanto das Letras

Eu? Eu? Eu? Eu um devasso?

Homem puro, quase um cabaço...

Meu Deus, o que é que eu faço?

Injustiça me causa um cansaço..

Eu, devasso? Sinto-me palhaço...

Na boca sinto um amargo traço..

Eu, que jamais dei um só amasso?

Só beijinhos puros, não beijaço,

Cruelmente tachado: Devasso!

Eu confundo com palha de aço

Aquilo nas mulheres, o chumaço

Que quando me mostram, eu passo.

Minerva me chamou de devasso...!

Abrirei contra ela um processaço

E ela verá que não sou um molengaço.

(Já expliquei a ela,

Mas adiantar não vai:

Eu sou só o Devassinho.

Devasso era o meu pai.)

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 27/06/2007
Reeditado em 27/06/2007
Código do texto: T543250
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