Sonetos
O amigo me desafia:
“Faça aí alguns sonetos!”
Eu, meio lasso,
deixo a promessa vaga
solta no espaço:
Faço depois, quando der!
Ele diz: “Promessa se paga!”
O tempo passa e nos afasta...
Até que um dia,
eu o vejo diante de mim.
Eu, e minha família!
E apresento:
Eis aqui minha filha
e seus dois lindos meninos...
e cá está outra filha!
Já tem dois, mas outro espera
para o fim da primavera...
O amigo os cumprimenta
e a gente (de velho) se senta
e a relembrar se começa...
Eis que ele lembra a promessa:
“E cadê os meus sonetos?”
E respondo feliz:
Sonetos? Não fiz!
Só netos!