Azarando

Um gato preto cruzou o meu caminho

e eu indisfarçadamente o atropelei

para afastar o azar que me rondava...

Azar o meu! Tão distraído

e tão sabido do poder da vida e morte

não vi passar também pelo caminho

a defensora dos direitos animais...

Gorda e sebenta (e sem amores)

clamou por São Francisco

e me mandou para o quinto dos infernos...

Segui pela avenida, indiferente,

às massas disformes de mulher e gato;

e em contrição eu disse: Amém!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 16/10/2005
Código do texto: T60318