KKKK

O meu duende tem a alma deveras divertida,

E o bom humor dele é a mais valiosa ajuda

Que recebo do imaginário para levar a vida,

E suportar o peso pesado da penosa labuta.

Eu adoro quando falta luz em casa

No período noturno do fanado dia.

Nesse momento, o duende cria asas,

E voa pela casa esbanjando alegria.

— Ria da minha desgraça! — digo com o olhar no duende.

— Rio sim e daí? — diz o duende com um ar sorridente.

O mais engraçado (para ele) ocorre

Quando caminho no escuro e tropeço

Em algum objeto que a escuridão encobre,

Indo ao encontro do chão qual fruto maduro.

Nessas horas inesperadas, me ajoelho e peço

Para que a luz retorne logo e dissipe o escuro.

Não posso fazer café forte,

Que é o meu prazer diário,

Nem contar com o advento da sorte

Para urinar dentro dos limites precisos

Do obscuro vaso sanitário,

Mas muitas vezes é tão fraca a visão,

Que acabo urinando mesmo é no chão,

E calado protesto comigo mesmo: assim não dá!

Por um instante, o duende abre um largo sorriso,

Mais largo que o Canadá,

Enquanto pego o pano de chão para secar

O banheiro quando a luz finalmente chegar.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 24/06/2017
Código do texto: T6036299
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