SE ESTIVER BOM, PODE DESCONFIAR!
SE ESTIVER BOM, PODE DESCONFIAR!
Existem muitas experiências,
Que o mundo vem a nos ensinar;
Vou lhes contar uma engraçada,
Que aconteceu comigo em Cuiabá.
Viajando de avião,
Para nesta cidade trabalhar;
Chego ao aeroporto,
E tem um carro a me esperar.
Hospedaram-me em um hotel,
Que me deram tal conforto;
Era um quarto cinco estrelas,
Que reanimava até quem estava morto.
O quarto tinha de tudo,
Televisão, ar condicionado;
Tinha até um frigobar,
Por cima empencado;
E um danado de um telefone,
Totalmente desbloqueado
Foi aí que eu comecei a ficar um pouquinho desconfiado.
A principio não me preocupei,
E já fiquei todo acomodado;
Fui ligando a televisão,
E também o ar condicionado.
Tomei logo aquele banho,
Para eu me refrescar;
Depois veio a tentação,
Para o telefone cutucar.
Escute bem agora,
Foi aí que a coisa
Começou a se agravar;
Porque quando a esmola é grande,
O santo vem a desconfiar.
Falei com muita gente,
Até a boca bem mole ficar;
Para minha surpresa no outro dia,
O recepcionista diz venha cá.
Franzi logo a testa,
Disse com gosto, fala amigão;
O recepcionista olhou de lado,
Aí eu já fiquei desconfiado
E vi que o negócio não estava bom.
Vamos ter uma conversa agora,
Meu amigo camarada;
Puxando a sua ficha,
Vi que sua conta estava estourada.
Já fiquei meio roxo,
E muito preocupado;
Pensei comigo mesmo
Lavem a bomba, e perguntei:
Mas o que eu fiz de tão errado?
Aí ele me falou,
Que eu estava endividado;
Só de telefone,
Devia 250 reais e uns quebrados.
Verifiquei minhas finanças,
Vi o que dava para pagar;
Puxei cem reais do bolso,
E disse, esse dá?
Balançando a sua cabeça,
Disse logo que não;
E rapidinho perguntei a ele,
Quanto devo então?
Cento e noventa reais é o que por você posso fazer,
Aí eu quase caio para traz;
Só sei que,
De hotel eu não ligo nunca mais
Enquanto eu viver.
Todos os direitos autorais reservados a JOSUEL SANTOS