Poeminha singelo, singelo que só

Ta difícil de aturar

Tanto roubo e falcatrua

É roubo que não se acaba

De um dinheiro que não tem

Dizem que falta pra isso,

Pra aquilo outro, também,

O INSS, coitado, nunca tem pro aposentado

Mas tem sempre um de(B)utado,

Um sen(T)ador descarado ou algum pau mandado

Provando que sempre tem;

A justiça poderia,

Poderia, se quisesse

Provar que esses mequetrefes

Que posam de cidadãos

Representantes do povo,

São, na verdade, bandidos

E da pior qualidade;

E aqui vai a receita

Pra ver se a dita Receita

Aproveita e faz as contas

Pra botar atrás das grades

Esse bando de pilantras;

O cara ganha o mandato

Sem ter no seu fiófó

O que o piriquito merende,

Não sabe nada de nada,

Mas de roubar ele entende;

Pouquinho tempo passado

O carcamano tem terras,

Gado de leite e de corte

E até casa em uma tal de New York;

Passado um pouquinho mais

O ladrãozinho já faz um baita castelo

Que nem Rei Arthur foi capaz;

Nem trinta anos depois,

Juntando o do pão e do arroz,

Andando a pé e pelado

Sem direito ao cineminha,

Sem nem feijão com farinha,

E nem fazendo vaquinha

Com o salário da família

O cidadão de verdade

Consegue uma tal proeza.

O que falta é coragem

Pra quem pode de verdade

Botar fim nesses desmandos;

E se não faz o que pode e o que deve

Talvez, quem sabe também leve

Por fora os seus trinta vinténs.

E nem falei do tal S T F Pra não ser repetitivo

Já que é tudo da mesma espécie

E é fácil de explicar

Salários e vantagens de uns

Encangados nos salários e mordomias dos outros.

Mas uma coisa eu digo, sem medo de apanhar.

Se é crime jogar pedra, não é crime praguejar

E se disserem que é, vai ser duro de provar.