DIA DE QUARENTENA

Acabando a lenha e não posso ir no morro,
pediram para não sair,nem andar pelo mato,
de manhã, passei catando purga no cachorro,
na parte da tarde, dei um banhinho no gato.

Não consegui lá fora, pegar nenhum frango,
mas como e dificil ficar em casa  confinado,
coloquei na telinha um belo filme do Django,
me divertiu, foi bala para tudo quanto e lado.

Fui cuidar da limpeza, cuidar com todo zelo,
lavei as roupas e dei um capricho no saco,
a noite da veinha, das pernas raspei o pelo,
também lavei e deixei lizinho o seu subaco.

Já não aguento ver a minha rua tão quieta,
que no máximo isso dure até  na quinta feira,
voltando o movimento, não terá tempo o poeta
para postar aqui no Recanto tanta besteira.

Aqui na minha casa estou dançando miudinho,
sei com quantas bordoadas se mata a saudade,
agora chega, do Recanto estou saindo de fininho,
se voce conseguiu ler, pode xingar a vontade.


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 28/03/2020
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