Feitiço não, feitiço nunca mais
Eu já matei a galinha preta
E aparei o sangue dela
Fiz o que você mandou
Juntei os temperos e coloquei na panela.
Também já misturei os miúdos do bode
Com os cravos e cavacos de canela
Foi quando você me disse
Que precisava juntar, uma suja calcinha dela.
Nunca imaginei que fosse tão difícil assim
Nem dei bola para o que disse a minha vizinha
Que a maior dificuldade era encontrar
Quem a segurasse para que eu arrancasse dela
Sua calcinha.
Por isso eu digo que
Mandinga nunca mais
Não consegui a menina
E levei um tapa na cara
Quem tem capacidade pra conquistar
Um feitiço nunca faz.
Ela ainda me mandou comer
Toda a panelada que eu havia preparado
Dizendo que era para curar minha tara
Que sempre pensava que eu era um bom moço
E não um grande tarado.
Mas hoje ela está aqui do meu lado
E vamos levando a vidinha que eu tinha sonhado.
Deixei de fazer sortilégio e encontrei a fórmula do amor
Não foi nada fácil aliviar minha dor.
Abandonei o terreiro e joguei o badulaque fora
Só assim, eu consegui ser perdoado.