Feitiço não, feitiço nunca mais

Eu já matei a galinha preta

E aparei o sangue dela

Fiz o que você mandou

Juntei os temperos e coloquei na panela.

Também já misturei os miúdos do bode

Com os cravos e cavacos de canela

Foi quando você me disse

Que precisava juntar, uma suja calcinha dela.

Nunca imaginei que fosse tão difícil assim

Nem dei bola para o que disse a minha vizinha

Que a maior dificuldade era encontrar

Quem a segurasse para que eu arrancasse dela

Sua calcinha.

Por isso eu digo que

Mandinga nunca mais

Não consegui a menina

E levei um tapa na cara

Quem tem capacidade pra conquistar

Um feitiço nunca faz.

Ela ainda me mandou comer

Toda a panelada que eu havia preparado

Dizendo que era para curar minha tara

Que sempre pensava que eu era um bom moço

E não um grande tarado.

Mas hoje ela está aqui do meu lado

E vamos levando a vidinha que eu tinha sonhado.

Deixei de fazer sortilégio e encontrei a fórmula do amor

Não foi nada fácil aliviar minha dor.

Abandonei o terreiro e joguei o badulaque fora

Só assim, eu consegui ser perdoado.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 19/10/2007
Reeditado em 19/10/2007
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