ZÉ PREÁ NA ENCRUZILHADA
Fui comprar um pé de porco
Pra botar na feijoada
Logo encontrei Zé Preá
Caído na encruzilhada
Soltando fogo da "venta"
Feito cano de espingarda
Disse que levou uma surra
Com caniço de bambu
Com vara de marmeleiro
E sola de couro cru
Pra descobrir quem roubou
Um cavalo e três peru
Disse que foi Zé Cabelo
Irmão de João Cururu
Que roubou a vizinhança
O cavalo e os três peru
Pra trocar com Zé Gamela
Numa vaca e dois tatu
Foi uma surra danada
Debaixo de uma Aroeira
Foi o pai de Zé Cabelo
E a mãe de Zé Gamela
Que bateu sem piedade
Por ele ser tagarela
Zé Preá é mentiroso
Vantajoso, que até dói
Diz ser feito de madeira
A que o cupim não rói
Madeira de dar em doido
Mas parece ser de aveloz
Quem dedurou esse "nego"
Levar surra não aguenta
Principalmente de vara
Couro cru e tapa na "venta"
Mas quem deu fim o cavalo
Foi a sua irmã jumenta