O VIOLÃO

 

Quando a sensibilidade esbarra em uma incerta razão

Neste nosso banal caso... O violão

Cativo, sem a devida compreensão

Por um Delegado em uma prisão.

 

Esmorece o meu coração

Fica aqui minha indignação

Neste proposito inusitado

E sem a merecida atenção.

 

Por sorte, a petição

Feita por um advogado “bão”

Político, poeta, Boêmio, entendido

E cheio de proposição.

 

Deparou na justiça

Em certa jurisdição

Com um Juiz poeta

Nutrido de sensível afirmação.

 

Julgou com devoção

E fez valer sua decisão

Em poema solto e cheio de replicação...

A soltura do violão.

 

 

(Nos idos da década de 50 no Estado da Paraíba, já tarde da noite, algumas pessoas faziam uma serenata, pela importunação acabaram presos; foram liberados no dia seguinte, porém, o violão ficou detido. Ao saber da ocorrência o advogado, poeta e político Ronaldo Cunha Lima, entrou com uma petição, junto ao Juiz da cidade, a petição em forma de poema, solicitava a soltura do violão. Em resposta o Juiz proferiu sua decisão, também em forma de poema. Esse poema é o meu resumo do caso).

 

JLeal
Enviado por JLeal em 25/05/2023
Reeditado em 25/05/2023
Código do texto: T7797171
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